Sul de Minas

Como disse em algum lugar por aqui, nas viagens que já fizemos, o Sul de Minas foi o destino mais frequente. Não só porque é perto e fácil de ir, nem só porque lá temos pouso garantido, e nem só pelos belos lugares e boas estradas. Mas principalmente, porque lá é minha terra.

E a primeira viagem de verdade, a bordo do nosso querido Fusca, foi pra lá.

Caminho que fiz pela primeira vez de caminhão, com a nossa casa nas costas rumo a um novo lar. Caminho que diversas vezes já havia feito de ônibus, quase todas elas sozinho e em boa parte delas ainda criança. Viajava à janela, sempre de fones no ouvido. Matava o tempo decorando cada parte da estrada, assistindo a vista durante o dia e vendo estrelas durante a noite. Sonhando em conquistar aquela estrada de carro. E conquistamos!

Antes da viagem, todas as revisões feitas, com a cautela de quem nunca tinha dirigido por mais de uma hora na estrada. Motor, elétrica, suspensão e freios, tudo em ordem em uma máquina de 47 anos. Levando no carro só a bagagem, a caixa de ferramentas, alguns conhecimentos e uma garrafa d’água.

Saímos antes do sol nascer, fomos ao posto encher o tanque e pé na estrada. O dia amanheceu frio, e quando o sol nasceu, já estávamos longe da cidade.

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A cada quilômetro andado, a cada curva, lembrava das outras vezes que já havia passado por ali, enquanto desfrutava de uma viagem tranquila e sem problemas, andando no ritmo que o motor mandava. Não, não era eu que mandava nele, era a estrada (embora tenhamos concordado, em uma longa descida, que ali passaríamos pela primeira vez a barreira dos 100 km/h). Mas normalmente, a estrada mandava irmos a 70 ou 80 km/h, em uma estrada cheia de curvas, subidas e descidas. Nas subidas, o pequeno 1300 respeitava o aclive, deixando cair pela metade a velocidade de cruzeiro.

Com duas horas e meia na estrada, chegávamos à única parada que fizemos antes de chegar ao nosso destino. Descida pra esticar as pernas, tomar um café quente e comer uma fatia de queijo minas, enquanto observava os caminhões, uma das coisas que mais gosto nas paradas na estrada.

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Mais pra frente, ainda conto a história do bagageiro no teto

Pouco mais de uma hora e meia depois, chegávamos ao nosso destino. Estávamos ali, nós e nosso Fusca, a duzentos quilômetros de casa. Ele, tão intrépido quanto quando saímos, e nós, um pouco menos. Depois disso ainda tivemos outros destinos antes de voltar pra casa, mas que ficarão para outras histórias.

* No vídeo, há também outros momentos da viagem, que como escrito acima ficarão para outros posts.

* Ah, uma coisa que lembrei vendo o vídeo: depois que saímos da parada em que tomamos café, andamos quase meia hora debaixo de chuva forte. A satisfação que ficou foi de ter dado vida novamente ao limpador de para-brisa, poucas semanas antes da viagem. Pequenas alegrias para o dono desse pequeno e antigo automóvel.

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